Divisão da Aromas de Catarina com foco em experiências multisenssoriais, na relações do olfato com outros sentidos, na experimentação da perfumaria com outras formas de expressão artística, tecnologia e jogos.
arte e olfato
odo~
Projeto de pesquisa e composição que relaciona vibrações de moléculas odoríferas com vibrações de ondas sonoras do duo Sintodrama, com suporte da Aromas de Catarina, que resultou na gravação de um álbum e um documentário.
Para mais informações: https://sintodrama.github.io/odo/
Instalação sonora olfativa
Instalação artística baseada em sonificação que aconteceu no Varia Zone em Rotterdam, Holanda, realizada em parceria da Aromas de Catarina Experience e Sintodama.
centro de realidade estendida da pucpr
Criação de aroma exclusivo para o espaço multitemático e imersivo na PUCPR, em Curitiba, para desenvolvimento de projetos em realidade virtual, aumentada, captação de movimento, dentro outros.
Vídeo do lançamento: https://www.instagram.com/p/CuH_-6tgxsc/
"Oceano Sem Fronteiras traz uma experiência onde o visitante pode interagir com as projeções – que simulam o fundo do mar e os seres que ali vivem- e entender como é possível proteger os oceanos."
Leia mais em: https://vejario.abril.com.br/programe-se/exposicao-imersiva-aquario-oceano-mares/
Realizado por: Filipe Maliska, Caroline Maliska, André Gevaerd, Aline Petrykowski, Kauê Werner e Hyram Favarin.
na realidade virtual
A Galatea Interactive, de Hyram Favarin e Filipe Maliska, mostra sua nova experiência interativa em desenvolvimento,
envolvendo a mágica da realidade virtual para transformar o player em um mago musical. A experiência é inspirada no filme Fantasia(1940), utiliza curvas de Lissajous, dots, e nessa ocasião, cheiros da osmoteca particular da Aromas de Catarina Experience, como a polêmica fragrância de funerária da empresa americana Demeter Fragrance Library, para ajudar na imersão.
na música
Existe uma grande controvérsia ainda na ciência do olfato no que tange à maneira que perceber diferentes odores. Percebemos uma quantidade muito maior de cheiros do que temos de receptores olfativos. Recentes avanços em pesquisas, encabeçadas pelo biofísico Luca Turin, sugerem que a nossa percepção olfativa está relacionada com a vibração de moléculas odoríferas.
Baseado nisso, o Sintodrama, duo formado por Filipe Maliska e Kauê Werner, segue em suas experimentações com supercollider e bateria. Dessa vez, apresentando um trabalho em desenvolvimento que relaciona frequências sonoras com as vibrações moleculares de partículas odoríferas, isso é, a busca de exprimir qual som está em consonância com determinado cheiro.
Músicas baseadas em moléculas diferentes, Mircene, Limonene e Phellandrene são tocadas enquanto o espectador sente notas olfativas que contenham essa molécula simultaneamente à execução da música. São borrifados progressivamente loro, tomilho, citronella, litsea cubeba, cardamomo, olíbano, pimenta negra e elemi.
no cinema
Na era pós cinema mudo, houve várias tentativas de adaptar odores aos filmes, mas a dificuldade técnica fez muitas ideias nem saírem do papel, como no filme Fantasia(1940) de Walt Disney. Um exemplo de realização é o filme Scents of Mistery (1960), usando o sistema smell-o-rama de Jack Cardiff e Polyester (1981) de John Waters, onde uma cartela, chamada de Odorama, era raspada e cheirada em determinadas cenas.
Neste evento, a Aromas de Catarina Experience preparou excertos de quatro filmes de suspense onde os personagens vestem perfumes que têm papel importante na trama. São perfumes raros como Detchema (1953), da Revlon, que aparece em O Bebê de Rosemary, Yves Saint Laurent Pour Homme (1971) no Psicopata americano, L’air du temps (1948), Nina Ricci, e White Shoulders (1945), da Evyan, no Silêncio dos Inocentes e Poison Dior (1985) no A Mão que Balança o Berço, que são utilizados para adicionar o olfato na apreciação e em alguns momentos até incluir novas intenções dos personagens que não estavam explícitas na cena. As fragrâncias serão apreciadas pelos espectadores junto com os excertos, guiados por uma legenda olfativa.
Também foram incluídos outros cheiros que aparecem em cena, como cheira de lavanderia, tinta, terra, cremes, chocolate, bem como desenvolvimento de cheiros originais, como do colar de raiz de tanis de Bebê de Rosemary e do cheiro do andarilho do Psicopata Americano.
legenda olfativa
Elaboramos uma legenda para a condução do cheiro pelo espectador que irá se localizar no quadrante inferior do filme. São 4 números, 1 e 2 à esquerda da legenda de língua portuguesa, e 3 e 4 à direita.
O número indica qual cheiro está sendo usado, ou prestes a ser usado, em determinada cena. O ícone de nariz é que indica que o cheiro deve ser sentido. Ele aparece gradualmente na cena, indicando a intensidade, ou seja, a proximidade do nariz que a fita olfativa deve estar sendo sentido. Recomendamos uma escala gradual que começa na altura do queixo (intensidade mínima) e vai até a altura do nariz (intensidade máxima).
Em alguns momentos irá aparecer mais de um odor ao mesmo tempo. É recomendado fazer movimentos com as fitas na proximidade do nariz.
Em alguns momentos, os números irão piscar para chamar a atenção em alguma mudança na intensidade que possa passar despercebida.
Bebê de Rosemary (1968) de Roman Polanski
A Raiz de Tanis, matéria prima de mau cheiro inventada pelos criadores da obra, que se encontra dentro de um amuleto da sorte, se torna quase um personagem nesta edição do filme. Seu cheiro forte sempre aparece para estragar algum momento de deleite, como o cheiro de amaciante na lavanderia, ou mesmo no gosto do mousse de chocolate, onde utilizamos o fato do olfato e paladar serem sentidos muito próximos, para conduzir o público à sensação desconfortável que Rosemary está sentindo.
Quando Rosemary percebe o complô que existe contra ela e se livra do amuleto da sorte, a plateia terá a mesma sensação de satisfação que a secretária do Doutor Sapirstein tem, que chega a perguntar qual perfume Rosemary está usando, o Detchema, de 1953. Um alívio se compararmos com o cheiro da Raiz de Tanis, mas será que a plateia realmente está preparada para as fortes notas florais e de aldeído?
Psicopata americano (2000) de Mary Harron
O ritual diário de Patrick Bateman, com Cheiro de baunilha com menta, leite de amêndoas e produtos com o citado Yves Saint Laurent Pour Homme, de 1971, são intercalados por momentos de fúria.
Interpretamos que o perfume da Yves Saint Lourent, seja sua fragrância assinatura, por estar em diversos produtos em seu banheiro, por isso ele acompanha o protagonista em quase toda a edição, ajudando nas cargas dramáticas de algumas cenas, uma vez que o perfume exala mais quando a pessoa está suando, com calor, agitando.
Na polêmica cena em que Patrick Bateman espanca o andarilho, inclusive reclamando do seu mau cheiro, imaginamos uma mistura de desodorante barato com cheiro de fumaça que fica na pele, imaginando que em uma noite fria era provável que o andarilho estava sempre em volta do fogo.
O Silêncio dos Inocentes (1991) de Jonathan Demme
Após a cena que abre o filme, onde Starling, ofegante em seu treino, aspira o cheiro puro da floresta, partimos para o ambiente fechado do manicômio, onde os instintos apurados de Hannibal Lecter vão farejar o creme que Starling está usando e, inclusive, identificar um perfume que ela usa, L’air du Temps, mas que não está usando naquele momento. Provavelmente um traço do perfume que ficou em sua roupa.
Após os avanços na investigação, incluindo uma cena onde a pomada de eucalipto mascara o cheiro de um defunto, e os avanços na relação de Lecter e Starling, imaginamos que, na cena em que Starling faz uma proposta para Lecter, para que colabore com a captura de Buffalo Bill antes da morte da refém, ela teria usado o perfume L’air du Temps, como um prêmio por ele ter acertado, naquela outra visita, pois ela realmente usava aquele perfume, esperando assim que esse reconhecimento de suas qualidades fizesse com que ele colaborasse mais. Em suma, na nossa edição, esse perfume foi decisivo na conquista de Lecter, e consequentemente na sua épica fuga.
A Mão que Balança o Berço (1991) de Curtis Hanson
Uma edição onde o perfume de 1985 Poison, da Dior, que Peyton rouba de Claire, acaba dando outro rumo na trama.
Cheiros exóticos de fragrâncias da Demeter Fragrance Library, como terra e tinta, ajudam na imersão do filme.
perfumes de cinema
linha thriller psicológico
Perfumes que elaboras na primeira edição do Metendo o Nariz onde Não Foi Chamado.
O Bebê de Rosemary
O perfume That Smells Nice é uma réplica fiel do raríssimo Detchema, de 1953, da Revlon, que Rosemary usa no filme.
Psicopata Americano
Imaginamos o perfume Patrick Bateman estaria usando depois de mais de 30 anos dos eventos do filme. Fiel a sua marca, Yves Saint Lourent, Patrick continua se sentindo letal, com o perfume metrossexual Y, de 2018, nesse nosso contratipo “I Feel Lethal”.
No rótulo, um Cristian Bale com mais de 60 anos.
Silêncio dos Inocentes (1991)
O porquê da jovem aspirante ao FBI usar um Nina Ricci de 1948 em pleno 1991 nunca saberemos, mas imaginamos que hoje, a madura Starling, estaria usando um Nina Ricci moderno, como o La tentaption de Nina, para não deixar nenhum rastro para o cássico Dr.Lecter.
Trilogia Poison.
A Mão que Balança o Berço (1991)
O perfume You Can Borrow it Anytime é O contratipo do Poison original de 1985, usado no filme.
O I wasn´t Michael´s First love, é o contratipo do Poison Hypnotic, de 1998. No rótulo, uma realidade paralela onde Claire, após perder Michael para Peyton, muda completamente de vida e de nome, se envolvendo com o mafioso Tony Soprano.
A atriz mirim, que interpreta a filha de Claire, diz para Peyton, I Hate Boys. A menina cresceu, e hoje usa o poison girl, de 2016, para seduzir suas amantes.